domingo, 20 de julho de 2008

A informática na educação

A informática na educação
Cleonice Zavareze Anillo

A História da Informática na Educação no Brasil data de mais de 20 anos. Nasceu no início dos anos 70 a partir de experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje tenha uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes ao computador, a sua disseminação nas escolas está hoje muito aquém do que se anunciava e se desejava. A Informática na Educação ainda não impregnou as idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema educacional.
Porque será que a informática na educação não abriu muito o leque. Porque não teve uma disseminação como se desejava ou sonhava? Será que o poder público não deu muita importância a tecnologia? Não houve interesse por parte dos professores? Não há verbas para tanto? Sempre restam no ar muitos questionamentos acerca disto. Vamos pensar que cada um destes quesitos pesa um pouco. Temos de admitir que o interesse é pouco, as verbas menos ainda e o poder público apenas quer resultado? Ou será ainda pouca vontade por parte de qualquer cidadão?
Diante desse quadro, a pergunta que se faz é: "por que essa proliferação não aconteceu"? Talvez a resposta mais óbvia seja: "faltou vontade política dos dirigentes", projetos mais consistentes e corajosos e, conseqüentemente, verbas. Mas a resposta não é tão simples. Sim, a resposta é de quem? Dos governantes? Dos professores? Dos empresários? Continuamos a nos perguntar...
Ficarmos discutindo apenas a falta de recursos financeiros nos parece muito superficial. O Governo Federal começa a criar condições para a disseminação da Informática na Educação em 1997. Foi extremamente oportuna a reflexão sobre essa longa caminhada para nós que estamos no ramo hoje. Precisamos compreender como essa disseminação pode ser efetivamente mantida dentro de propostas competentes e viabilidades de projetos a serem elaborados cientificamente e pelos educadores.
O que estamos tentando defender é que, além da falta de verbas existiram outros fatores responsáveis pela escassa penetração da Informática na Educação. Um dos fatores é a preparação inadequada de professores, ou nenhuma preparação em vista dos objetivos de mudança pedagógica.
O uso do computador é para provocar mudanças ao invés de "automatizar o ensino" ou promover a alfabetização em informática como acontece em países desenvolvidos
Na França existe um programa de informática na educação que é para desenvolver a capacidade lógica e preparar o aluno para trabalhar na empresa.
Devemos pensar na possibilidade sempre maior em rever os projetos no que tange a formação de professores e pessoal qualificado para poderem levar adiante a informática na educação.
No Brasil temos avanços pedagógicos conseguidos através da informática que são quase os mesmos que em outros países.
Países como Estados Unidos e França, onde houve uma grande proliferação de computadores nas escolas e um grande avanço tecnológico, as mudanças são quase inexistentes do ponto de vista pedagógico.
“As mudanças pedagógicas são sempre apresentadas ao nível do desejo, daquilo que se espera como fruto da informática na educação. Não se encontram práticas realmente transformadoras e suficientemente enraizadas para que se possa dizer que houve transformação efetiva do processo educacional como por exemplo, uma transformação que enfatiza a criação de ambientes de aprendizagem, nos quais o aluno constrói o seu conhecimento, ao invés de o professor transmitir informação ao aluno. ”

2 comentários:

Linux-Grupo 01 disse...

Cleonice!
Ao ler o teu texto fiz várias reflexões, pois concordo com teu posicionamento e ainda acredito que a forma como estamos trabalhando a Informática Educativa, leva-nos a muitos questionamentos... Será que o enfoque que estamos dando a mesma, fará com que mudanças ocorram na educação? Acredito que ainda temos uma longa caminhada pela frente, pois nos deparamos com colegas que necessitam ser alfabetizados digitalmente, fogem do novo, como poderão interagir em um ambiente virtual de aprendizagem? O novo assusta, desacomoda, mas precisamos fazer a diferença dentro da escola compartilhando nossos conhecimentos, socializando informações, estimulando o uso consciente da Informática como ferramenta que desperte a curiosidade dos nossos alunos levando-os a aprender a aprender.

Margarete Curto Schütz-NTE- Cachoeira do Sul

Escola Liberato disse...

Cleonice!
Concordo quando diz que a escola caminha a passos largos em relação as mudanças e ao uso das "novas" tecnologias. E são vários os motivos, reforço alguns, tais como: a própria formação dos professores; a falta de políticas públicas em relação as formações continuadas; a falta de equipamentos nos labins das escolas e acrescento que a escola de hoje não está conseguindo realizar seu principal papel educar para transformar a sociedade, pois ainda nem consegue acompanhá-la.