Carmen Otilia Vivian Martins
Noeli Maria Melo Carneiro
Introdução
O presente artigo analisa e possibilita a discussão sobre o uso das TIC nas escolas. Descreve a necessidade dos gestores, professores, alunos e comunidade incluírem a tecnologia no processo pedagógico a fim de atender a nova visão da escola.
Desenvolvimento
Vivemos em uma sociedade tecnológica, em muitas situações do cotidiano a tecnologia se faz presente e necessária, interferindo no mesmo. Neste contexto, a educação, como as demais organizações, está sendo muito pressionada por mudanças, necessita reestruturar-se num processo de um ser humano universal.
A escola precisa incluir em suas reflexões e ações didáticas a consciência de seu papel em uma sociedade tecnológica. Contudo ela precisa estar atenta às novas formas de aprender, propiciadas pelas TIC, e criar novas formas de ensinar, são prescrições imprescindíveis para a escola sob pena de esta tornar-se obsoleta. A introdução da tecnologia no currículo escolar desafia pedagogicamente os gestores, não apenas quanto à formação dos alunos, mas também a dos professores.
Como diz Bastos (1998, p.1) “Os desafios situam-se na busca de novos conceitos e práticas que irão reformular as dimensões da tecnologia, do papel social do técnico inserido numa sociedade em mutação e do perfil de docentes e alunos que irão atuar num mundo tecnologicamente diferente”.
Cabe aos gestores pensarem na importância de um trabalho pedagógico em que os professores reflitam sobre sua ação escolar e efetivamente elabore e operacionalize projetos educacionais com a inserção das novas tecnologias de informação no processo educacional, buscando a ação coletiva.
O apoio da tecnologia constitui-se em expedientes de extraordinária motivação para o aprender a aprender, à medida que facilita o aprender. Cabe ao professor definir o que é motivação da aprendizagem, e o que é saber pensar. Neste sentido, e ainda segundo Bastos (1998, p.2) “a escola, qualquer que seja sua modalidade, terá de ser menos formal e mais flexível, para não apenas transmitir conhecimentos técnicos e livrescos, mas para gerar conhecimentos a partir de reflexões sobre as práticas inseridas num mundo que age e se organiza diferentemente dos esquemas tradicionais.
Esta nova sociedade exige uma nova prática educativa, mediante o uso das TIC, pode efetivamente, contribuir para a construção da qualidade no espaço escolar. O professor deixa de ser informador para ser formador.
Na realidade, é preciso assegurar aos alunos tanto acesso às informações sobre o mundo como os modos de articulá-los e organiza-los mediante um diálogo entre as várias disciplinas, de maneira contextualizada, em que todos busquem, a possibilidade de uma comunicação coletiva, de lidar com o outro e com ele partilhar as suas reflexões.
Contextualizar, segundo Kuenger (2001, p.73) significa admitir que a ação de conhecer envolva uma relação entre sujeito e objeto. Através da contextualização a transposição didática pode estimular o aluno a desenvolver uma relação ativa com o conhecimento, de modo a provocar aprendizagens significativas.
Neste contexto escolar que os gestores têm papel fundamental na criação de um ambiente de troca, uma cultura de colaboração, de rede de relações. Os gestores devem ter em mente que as novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano, independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisados no espaço escolar. Por isto que as TIC precisam ser contempladas no PP, para que sua utilização pedagógica possa efetivar-se na ação dos professores, alunos e comunidade.
Segundo Tardif “o ofício de professor redefine-se mais do que ensinar, trata-se de fazer aprender”.
A tecnologia deve ser vista como facilitadora do trabalho e motivadora dos alunos. Ela é ferramenta e o professor é o verdadeiro mediador. As novas tecnologias só terão sentido a partir de uma mudança na postura do professor e com um repensar deste sobre sua prática.
Conforme Patrick Mendelsohn “as crianças nascem em uma cultura em que se clica, e o dever dos professores é inserir-se no universo dos alunos”.
Tendo isto em vista, compete aos professores instrumentalizar-se no sentido de utilizar editores de textos e outras ferramentas da informática, para conhecer este novo mundo que as crianças trazem.
Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o coletivo, a imaginação, a representação de redes, de procedimentos e estratégias de comunicação e este também é o grande desafio dos gestores.
Algumas considerações
O grande desafio da inclusão da tecnologia é aprender a transitar neste universo centrado e infinito, aproveitando seus incalculáveis benefícios, por isto é necessário o gestor estudar novas formas de organização e transmissão de conhecimentos, e, ao mesmo tempo, terá de garantir aos professores e alunos uma imersão crítica e qualitativa no mundo informatizado.
A tecnologia pode ajudar no processo, mas quem faz verdadeiramente a qualidade acontecer são as pessoas. E o professor que trabalha com as TIC deve ser tocado pelo espírito de curiosidade, investigação e tentativa de superar seus próprios limites.
A adesão a novas tecnologias em educação bem como o trabalho por projetos devem fazer parte da formação do novo profissional brasileiro.
Referências
BASTOS, J.A.A. (org) de S.L.de A. O papel dos centros tecnológicos na formação de docentes e alunos, e, em vinculação com o setor produtivo. In:__(org). Tecnologia e interação. Curitiba, CEFET/PR, 1998.
BRITO, Gláucia da Silva, PURIFICAÇÃO, Ivonélia. Informática na Educação. FACINTER, IBPEX.
MENDELSOHN, Patrick. Suplemento de Informática de L’Hebdo, 1997.
TARDIF, Mairice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
Ministério da Educação (MEC),Secretaria de Ensino Fundamental (SEF). Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF: 1998.